Historial

 

A origem desta povoação é anterior à data da nacionalidade, porquanto a existência de dois crastos dentro dos seus actuais limites territoriais, assim o prova. São eles o Monte de São Julião, a cujas vertentes se encontram encostadas, e o  de Cristelo, na parte mais ocidental, onde foram em tempos descobertos vestígios de construções e utensílios da época romana.

Da importância dessas antigas civilizações no crescimento desta terra saliente-se a existência da via militar romana que a atravessava, cujas lajes eram ainda visíveis não há muitos anos nos sítios da Estrada e das Lajinhas.

O talegre, expressão popular que quer dizer telégrafo, situa-se no Alto de São Julião, e deverá ter recolhido o nome do facto de ali serem feitas comunicações militares para as guarnições existentes na vasta área que o nome domina em redor de muitas léguas.

O primitivo nome deste povoado foi Auranca e já no remoto do ano de 1098 se lhe encontram referências. Mais tarde, a 7 de julho de 1139, esteve aí o Bispo de Coimbra, de passagem para Cucujães, onde se foi avistar como o então Infante Afonso Henriques. Nas inquirições de Afonso ll, em 1220, a Vila da Branca consta como possuindo 37 casais. Pensa-se que a Vila se situava à volta da igreja matriz. a antiga freguesia pertencia ao Priorado do Padroado Real da Vila de Bemposta, sendo donatário o Marquês de Angeja e, daí constar do Foral concedido a esta última por D. Manuel I, em 15 de Agosto de 1514. Consta ainda que foi doado por D.Pedro II em 1690, a Bernardo Torres da Silva e que pelo Monarca Reinante foi concedida à Branca, em 1790, uma considerável soma em dinheiro. Dentro da povoação, mais precisamente junto a Albergaria-a-Nova, em 10 de Maio de 1809, no decorrer da Segunda invasão Francesa, as linhas avançadas do exército Anglo-Luso travaram com êxito um combate com as forças invasoras de General Soult, forçando-as a recuar para norte.

A Branca tem por padroeiro São Vicente e a Igreja Matriz, construída nos finais do séc.XVII, tem a particularidade de possuir a torre na parte posterior, por trás do Altar-Mor. É dotada, no seu interior, de rica talha dourada executada no antigo arsenal da marinha. Diz uma tradição que antes de edificada a torre da Igreja, os sinos estiveram durante alguns anos pendurados num frondoso carvalho existente no adro, a que chamavam o "Carvalho do Sino", e que teria sido mais tarde inconscientemente derrubado. O primeiro pároco colocado que se conhece foi Reverendo Pedro Nunes, cujo falecimento ocorreu a 24 de Fevereiro de 1586. A Branca foi elevada a Vila em 30 de Junho de 1989.

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